OS EXTRATERRESTRES NO
REVEILLON
Era final de 2008,
eu estava meio deprimido, como sempre acontece nas festas de fim de ano. Era a
primeira vez na minha vida que estaria longe de todos meus filhos, e por mais
que enfiasse na cabeça que era uma data como outra qualquer, estava bem chateado... Talvez devido a essa depressão
temporária fui atacado por um belo resfriado, fato que levou a Laura, uma moça
que fazia uns bicos no meu restaurante, dar uma passada em casa na noite de Natal . Não
vou entrar em detalhes das visitas da Laura nesse fim de ano, mas o fato é que acabamos
tendo “um caso”. Mas sua primeira visita, tão prestimosa, com salgadinhos e bolinhos,
terminou de uma maneira um tanto insólita.
Já era quase meia
noite, quando ela saiu para a ceia de Natal com sua família. Ao sairmos
para o jardim da frente de casa havia um céu estrelado raramente observável
numa cidade praiana. Uma grande árvore impedia a entrada da luz do
poste da rua, e o brilho das estrelas nos deixou deslumbrados. Parei extasiado
com aquela visão do infinito, e meu olhar foi atraído por umas duas ou tres
estrelas bem sobre nossas cabeças, que cintilavam exageradamente, e me pareciam
como se fossem duas. Perguntei para a Laura se ela estava vendo o mesmo que eu, e ela disse que sim. Nessse dia ela, querendo me agradar ao máximo,
simplesmente concordou com tudo que eu perguntei.
Fiquei tão
intrigado com o cintilar daquelas estrelas que, na falta de uma
luneta, ou binóculo, coloquei uma tele-zoom, na minha portentosa Nikon D 90
recém adquirida. Fotografei, e para meu espanto, ao ampliar a foto ao máximo no
próprio visor, apareceu algo semelhante a um cesto luminoso colorido. Intrigadíssimo
com a imagem que a estrela produzia, despachei a coitada da Laura que saiu bem
frustrada por ter sido substituida por um equipamento fotográfico.
Bem... mesmo assim
me lembro que o beijinho de despedida no rosto foi acompanhado de um abraço um
tanto quanto prometedor, um tanto quanto encostado demais. Um abraço e tanto...
Mas assim que Laura
se retirou peguei meu super tripé e com a máquina solidamente apoiada
refotografei melhor as tais estrelas escandalosas. E havia duas delas que
produziam uma imagem estranhíssima ao serem ampliadas... uma espécie de balão
pendurado por cordas luminosas, tudo muito colorido, tudo translúcido... no
aumento máximo que o visor da câmara permitia antes da imagem se transformar
naquele monte de quadradinhos.
No dia 27 e principalmente
no dia 28, no começo da noite o fenômeno se repetiu e mais uma vez fotografei. As fotos de algo muito brilhante que parecia
estar no lugar de Venus, mostravam essa estrutura complicadíssima, algo que
parecia ser feito de tubos luminosos, mas sem uma borda definida. Apareceu uma
vizinha meio desmiolada, que imediatamente começou a contar inúmeros casos de
pessoas que viram estranhos objetos nos céus dessa região, e que tinha um que
foi perseguido pelas luzes e ficou meio pirado, e por aí a fora...
Nessa noite,
cheguei a ligar para meu velho amigo Jorge que estava em Angra dos Reis, aqui
pertinho, em baixo de um céu muito parecido, e até fiquei meio bravo com ele
que deu uma olhada no céu e não viu nada.
- Pô meu, tem uma perto do poente
e outra ao lado das Tres Marias, um estrela cintilando, não é possível que vc
não esteja vendo....
O Jorge desligou, foi lá procurar as tais estrelas no céu. Pouco depois retornou a ligação.
O Jorge desligou, foi lá procurar as tais estrelas no céu. Pouco depois retornou a ligação.
- Olha, aqui não
tem nada. Vou assistir minha novela... depois você me liga..
- Caramba, Jorge.
Aparece uma coisa dessas no céu e vc vai ficar aí vendo novela. Está bem... Não
viu nada além de estrelas... Valeu... é... vai lá... Tchau.
O tempo fechou e
nunca mais apareceu um céu noturno tão brilhante, nesta cidade que tem um clima
muito chuvoso e por receber ventos marítimos constantes tem céu sempre um pouco
nevoento, pouco favorável para observações noturnas.
Mas a Laura e a
vizinha doidinha espalharam a notícia e várias pessoas apareceram no meu
restaurante contando os maiores lances. Ouvi cada história!!!... contadas por
pessoas muito sérias e aparentemente normais. Eu, que nunca acreditei em disco
voador, tentava descobrir uma explicação mais ou menos razoável para o
fenômeno, que nunca mais se repetiu. Poderiam ser balões meteorológicos, mas se fossem balões, deveriam estar altíssimos por que foram fotografados por volta das vinte e três
horas, ou então deveriam ter luz própria pois apareciam extremamente luminosos., coisa pouco provável,
Apareceu um
conhecido, um físico aposentado da USP, que depois de muita conversa chegou à conclusão
que realmente o que eu havia fotografado não era um objeto celeste natural.
Coloquei as fotos
no orkut, super popular na época, enviei e-mails com as fotos devidamente
ampliadas para um monte de gente, amigos, conhecidos... mandei um longo email a
para a FAB, e até para uma entidade que pesquisa e analisa eventos sobre o
assunto. A FAB ignorou, mas os ufólogos acharam o relato interessante, porém
disseram que nada havia nas fotos que provasse que aquelas imagens estavam no
céu. Procurei um primo, com quem tenho pouco contato, pesquisador do centro de
pesquisas espaciais, que me disse não ter havido nenhuma pesquisa com balões
meteorológicos nesse período. E também nenhum fenômeno luminoso desse tipo
havia sido observado...
- Mas, é o
seguinte... Fique sabendo que existe um bom número de
casos de ovnis sem explicação e tem muita gente séria achando que até poderiam
ser alienígenas.
O
fato de pessoas sérias e com conhecimento científico muito bom, acharem que
havia uma possibilidade de eu ter fotografado objetos vindo de outros mundos,
me levou a admitir essa hipótese, mas sempre com uma certa relutância. Procurei e vi
vários filmes e documentários sobre extraterrestres, a maioria um besteirol
impressionante, mas no meio desse monte de loucuras haviam uns poucos casos
muito bem documentados e seriamente analisados, que deixavam sem resposta a pergunta...
afinal o que foi que nós filmamos?... Nenhuma explicação
científica explicava o registro das luzes, dos resíduos brilhantes e de coisas similares. Não
eram produzidos por entidades ou fenômenos conhecidos neste nosso planetinha.
Aí então....
Aí então, montei uma bela teoria...
Aí então, montei uma bela teoria...
Ubatuba seria um
ótimo lugar para alienígenas estacionarem suas naves gigantescas, carregadas de
instrumentos de pesquisa para analisar nosso mundo, porque fica entre duas das
maiores aglomerações urbanas do planeta. Por outro lado seria difícil as naves serem
observadas pelos terrestres, pois é um lugar pouquíssimo habitado, tem céu quase sempre
encoberto durante as noites, e pouco tráfego aéreo.
Bem... acontece que estávamos perto do Réveillon, com certeza uma atividade muito
intrigante para possíveis visitantes interplanetários!! Como nessa época do ano, sete
dias depois do solstício, sempre ocorrem coisas estranhíssimas aqui na Terra, eles resolveram fazer uma expedição... estacionaram as naves aqui em cima para tentar entender os picos
de dispersão energética que sempre ocorrem no meio dessa noite especial, a sétima depois do
solstício. Afinal as noites normalmente são o período onde os habitantes deste
planeta tem suas atividades minimizadas. Porém, nessa estranha noite as
populações abandonam seus casulos e se reúnem em aglomerações gigantescas para
absorver grandes quantidades de energia sonora e luminosa. Ao mesmo tempo os
sistemas de comunicação por ondas eletromagnéticas apresentam um enorme aumento
de atividade.
Acho que seria mais ou menos assim que eles teriam descrito
os fogos e o monte de gente grudado nos celulares, tablets, ipods, mandando toneladas de gigabites de
beijinhos.
Mas a vida
continuou aqui na Terra... Fui operado,
mudei de restaurante, parei de sair com a Laura, mas a estória dos ovnis
continuava na minha cabeça.
Alguns meses depois, num belo dia, ou
melhor numa bela noite, acordei quando estava quase amanhecendo, fui até o meu
escritório que tem uma vista maravilhosa para toda a enseada de Ubatuba... em
direção ao leste dá para ver a Ilha Grande
e várias montanhas mais além.
E lá estava uma
daquelas estrelas cintilantes... muito brilhante, mudando de cor
desvairadamente.
Catei a máquina
bati uma foto lá da janela mesmo e dito e feito... apareceu a tal estrutura em forma de cesta luminosa.
Peguei meu imenso tripé, fui até o calçadão da praia e comecei fotografar. Mas
reparei que a cestinha não aparecia quando eu fazia o foco olhando pelo visor.
Só aparecia quando o foco era feito girando o anel de focalização até o limite.
Apontei para luzes artificiais, de postes e casas distantes, focalizei e a
estrutura não aparecia.
O amanhecer foi maravilhoso... fiz uma série
de fotos realmente estonteantes com nuvens furta-cor, barquinhos e tudo
o que um céu desses tem de lindo maravilhoso.
E parei
embevecido... era um céu... Era um céu, demais!
Mas a astronave
estava na posição de Vênus quando é chamada de estrela Dalva. A estrela da
manhã... do alvorecer.
E por que as fotos
às vezes mostravam aquela coisa, e em outras era só uma bolinha de luz?...
Nesse ponto do céu, nessa hora da manhã, minha astronave poderia muito bem ser
Vênus, pertinho do horizonte.
Era uma quinta
feira, um dia bem trabalhoso porque de noite tinha música ao vivo no meu
restaurante, e assim que o pianista João Cláudio chegou, contei para ele o que
tinha visto.
- Olha, Dario...
deve ser Vênus. Acho que nessa época ela aparece ao amanhecer.
A noite estava
clara e lá onde deveria ter aparecido a astronave não havia nada.
- Caramba, João! Ou
os etês foram embora, ou aquilo era Vênus mesmo! Vou pegar a câmara e vou
fotografar a estrela mais brilhante do céu.
Coloquei a câmara
no tripé ajustei tudo, chamei o João e fomos para o jardim da praia.
- Olha Dario
fotografa aquela... é a Alfa não sei das Quantas.
- Mas.. você sabe o nome das
estrelas?
- É, até estudei um
pouco... Tenho certeza que ela é a... e disse o nome da estrela.
E não deu outra. Quando
virei o anel de focalização até o fim e fiz a foto, aparecia o misterioso balãozinho no visor da câmara.
- Caramba! Vou
fotografar a mais brilhante do Cruzeiro do Sul...
E novamente lá estava minha
astronave!!!
- Uma distorção,
João!!. Um tipo de aberração cromática que a lente produz quando o foco passa
do infinito!!! Olha só, olha aqui como o anel de focalização gira um pouco mais, além da posição
do infinito.
E o João ainda brincou...
- É Dario você
fotografou mesmo um Ovni... um Ovnikon!!!
E poucos dias depois,
apareceu um navio que ficou parado aqui na frente até escurecer. Só para ver o que acontecia, fiz as fotos girando o anel até o limite, e...
Na popa do navio!!!... as luzes mais fortes da popa eram uma coleção de astronaves!!!!
Liguei pro João
para contar...
- João, o navio que
ancorou aqui hoje estava cheio de Ovnikons!!!
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