pictografias... ou pictophotos
...foi o nome para um conjunto de fotos experimentais, talvez a coisa mais interessante que fiz em fotografia...
A faculdade onde eu dava aulas era muito bem equipada, com muitos ampliadores, salas de revelação, estúdio, e também tinha uma gigantesca câmara para fazer chapas de fotolito, que facilitava minhas peripécias com os filmes de alto contraste.
A faculdade onde eu dava aulas era muito bem equipada, com muitos ampliadores, salas de revelação, estúdio, e também tinha uma gigantesca câmara para fazer chapas de fotolito, que facilitava minhas peripécias com os filmes de alto contraste.
Desde que comecei fotografar seriamente, fiquei fascinado pela estrutura granulada da imagem fotográfica. Depois comecei dar aulas de foto e super-8 e assumi a coordenação do setor de fotografia da faculdade de artes plásticas. Nessa época, aproveitando os dias em que não aparecia nenhum aluno, eu ficava lá fazendo minhas experiências.
Fotografava ajustando a exposição para altíssima sensibilidade e depois forçava muito a revelação do filme, com o revelador concentrado e aquecido. Eu trabalhava nos limites da sensibilidade do filme, que era exposto até 16000 ASA (ainda não era ISO). Os negativos ficavam quase totalmente opacos, às vezes apareciam manchas com um nome muito bonito.... véu dicroico!!!
Bonito... eu sempre brinquei com esse nome... Imaginem só, uma noiva de vestido branco, grinalda e com um lindíssimo véu dicroico!!!
Bem... não quero aborrecer meus amáveis leitores e minhas simpáticas e elegantes leitoras com esses detalhes fotogeriártricos... (!!!)
Mas... um belo dia tive uma ideia completamente diferente. Inspirado pelas leituras sobre as articulações das linguagens resolvi aproveitar algumas fotos super granuladas e tentar solarizar a granulação da imagem! (Para a turma que gosta de metalinguagens e afins, talvez a granulação seja a segunda articulação da "linguagem" fotográfica)
E consegui algumas coisas bem interessantes, que vocês, as mentes brilhantes que seguem este portentoso blog, tem a imensa felicidade de poderem apreciar. Essas imagens aqui apresentadas são reproduções de antigas ampliações em papel, muitas delas com manchas metalizadas, amareladas, desbotadas (foto preto e branco vai sumindo com o tempo!!)
Mas... um belo dia tive uma ideia completamente diferente. Inspirado pelas leituras sobre as articulações das linguagens resolvi aproveitar algumas fotos super granuladas e tentar solarizar a granulação da imagem! (Para a turma que gosta de metalinguagens e afins, talvez a granulação seja a segunda articulação da "linguagem" fotográfica)
E consegui algumas coisas bem interessantes, que vocês, as mentes brilhantes que seguem este portentoso blog, tem a imensa felicidade de poderem apreciar. Essas imagens aqui apresentadas são reproduções de antigas ampliações em papel, muitas delas com manchas metalizadas, amareladas, desbotadas (foto preto e branco vai sumindo com o tempo!!)
A primeira mostra uma foto batida no antigo buraco do Ademar no vale do Anhangabaú, em Sampa. A imagem já é um detalhe do negativo, que foi revelado a quente. Reparem como é granulada.
essa é a parte que escolhi para a foto, gostei da gravata do motorista
essa é uma das cópias obtidas por solarização... está bem estragadinha
veja um detalhe que mostra como os grãozinhos se transformaram em figurinhas lineares
Fiz umas cópias sobre papel brilhante de uma textura levemente rugosa com cerca de 30 x 40cm, onde eu esfreguei algumas áreas com pastel colorido seco, e depois as coloquei na água para colorir algumas partes...
São as pictophotos, ou pictofografias
pictophoto 1
Adorei a gravata pintada
veja o detalhe no fusca...
pictophoto 2
a n°3 colori no photoshop, para colocar aqui... a original colorida com pastel desmanchou...
pictophoto 3
pictophoto 4
pictophoto 5
pictophoto 6
Gostei muito desta. Até fiz uma tela, com tinta acrílica para pintura.
Gostei muito desta. Até fiz uma tela, com tinta acrílica para pintura.
As fotos que aparecem aqui são reproduções fotográficas digitais das únicas cópias sobre papel fotográfico que sobreviveram aos percalços da existência terrestre...
Eu fazia muitos negativos e positivos em Kodalith (que era um filme de altíssimo contraste, para fotolitos) até conseguir um que permitisse uma boa solarização. Muitas solarizações foram re-fotografadas, novamente sobre o Kodalith, na câmara de fotolitos. Todos Kodaliths estavam muito bem guardados numa caixinha, com sílica gel, mas se perderam numa de minhas mudanças...
Sobraram algumas ampliações originais das solarizações que eram feitas em papel.
É um material precioso. Duvido que algum outro maluco fez algo parecido. E creio que os produtos que usei não estão mais sendo fabricados.
AH!!!.... hoje tenho impressão que trabalhando com a segunda a articulação, perturbei a significação!!! O que Louis Hjelmslev acharia disso??
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