quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Geodos, concreções e similares

As maravilhosas rochas coloridas

    Lucila queria comprar uma pequena luminária para o quarto do seu netinho que estava para nascer.
    Então fomos até uma loja enorme, na Barrafunda, em Sampa, onde tem tudo quanto é tipo de rochas, pedras, geodos, concreções e similares. Prateleiras, bandejas e vitrinas de tudo quanto é tipo, repletas das mais variadas peças geológicas. Ametistas turmalinas ágatas cristais de calcita baritas espinélios azuritas peridotos granadas turquesas e...
    ..... mas qualquer coisa um pouco mais diferente exibia um preço espantosamente alto.
    
Logo um solícito funcionário veio "orientar" a Lucila, que acabou envolvida pelo experiente vendedor. Tentei dar algum palpite, que evidentemente não foi muito bem recebido.
    
No curso de biologia da Usp , fazíamos um ano de Geologia e Paleontologia. Posteriormente passei a produzir joias artesanalmente, o que me levou à necessidade de estudar gemologia.  
    Assim, ao perambular pela loja, nomes mais ou menos familiares,  surgiam na minha vetusta memória, que estava meio confusa, porque a classificação geológica é pouco precisa, pois foi elaborada por colecionadores que não tinham muito conhecimento científico. O exemplo mais famoso é o famoso rubi da coroa inglesa que é um espinélio.
    
    O fato é que de repente me vi sozinho no meio daquela loja enorme.
    A primeira coisa que me chamou a atenção foram geodos imensos de ametistas e quartzos, alguns com mais de um metro e meio de altura, pesando centenas de quilos. Mas, como era de se esperar, eram de baixa qualidade, já que as peças com qualidade suficiente para serem usadas em joalheria, são lapidadas e vendidas com o preço de gemas.  

        
    Ah...aí lembrei do meu tio José, o irmão de minha mãe... Era um grande especialista em solo, ou seja um pedólogo.
  Tinha uma pequena coleção de coisas bem raras, como um pequeno geodo de quartzo com água dentro dos cristais.
   E meu tio me explicou que devia ser uma água fresquinha!!! 
    "Puxa tio... Água fresquinha de milhões de anos de idade". Rimos bastante do absurdo cronogeológico..
      
    Cheguei no fundo da loja, havia uns balcões com coisas meio raras, mas que não eram muito atraentes como peças decorativas.
    Para não abusar da paciência das adoráveis e inteligentes pessoas de bom gosto que ainda   leem este portentoso blog, só vou contar que comprei umas simpáticas 
                                                           
                                                "concreções geológicas" 
                                   diferentes de tudo que consegui me lembrar do assunto.
    
        O solícito vendedor foi se informar e disseram que as "concreções" eram com azurita. 
                                                        Mas... não é azurita.
        
    Então me perdoem, pois não poderei lhes informar que raio de pedra é essa das fotos!!!

Esta é uma das concreções. O maior lado tem cerca de 5 cm.


vista lateral mostrando a base cristalina           


                      






cada "bolinha" tem cerca de 3mm, e com certeza não é azurita









esta é um pouco maior, mas também tem umas bolinhas que não são azuritas







       O fato é que essas fotos deram um trabalhão. Usei minha velha Nikon D90, 
com uma objetiva Auto Micro Nikkor de 50mm,  e com anel de aproximação. 
Para a turma que gosta de fotografia... profundidade de campo mínima mínima mínima.
 Ufaa...

















                                                                     


terça-feira, 9 de agosto de 2022

ARTE POPULAR


       
talvez fosse melhor de chamar de arte informal....

                .....a arte que não está nas galerias, museus, centro culturais e similares, muito bem acondicionada e resguardada das intempéries e similares.
        Existe uma arte que aparece.
        Caminhando perto da Vila Madalena, na minha querida São Paulo, deparei com desenhos nos muros (não gosto da palavra graffiti)
       A palavra arte é bastante imprecisa, pois pode significar alguma habilidade específica bem realizada, como a arte de chutar bolas.
        A esse respeito, Umberto Eco comenta sobre a criança que está aprendendo a ler e, ao ver um letreiro onde está escrito "Escola de Arte" fica espantada e fala para mãe... "Mãe como é que ensinam a gente fazer arte!?"
        E no seu livro "A Estrutura Ausente" ele cita a definição de mensagem estética dada pelo linguista russo Roman Jakobson.
        - Mensagem estética é ambígua e auto reflexiva.
        A ambiguidade é a imprecisão do significado, portanto é aí que se encontra o mistério, a surpresa e talvez o devaneio.
        Ela é auto reflexiva quando provoca uma análise sobre a sua estrutura. Quando o receptor analisa primordialmente a forma dela mesma. Por exemplo, as pinceladas numa pintura, ou a rima de uma poesia, ou o contraluz de uma foto.
            Aqui neste  blog, fiz uma postagem intitulada "Achatamento Estético" onde comento que 
            "
O achatamento estético ocorre quando falta a poética, o mistério, a novidade, o erro apropriado pelo artista, o acaso, a intuição...
O achatamento estético não remete ao suor, ao hálito, ao cheiro, ao fôlego, aos hormônios, ao prazer, à libido."

         Mas, voltando ao que chamei de arte informal.
         Existe uma arte que aparece.
        Caminhando perto da Vila Madalena, na minha querida São Paulo, deparei com desenhos nos muros (não gosto da palavra graffiti), e similares.
        Aqui estão algumas fotos bem interessantes de mensagens estéticas espalhadas nas paredes de São Paulo e de Santos.

   Esse aí em baixo sou eu ... brigando com o sistema deste blog, para colocar as             fotos junto  com o texto, do jeito que eu gostaria. (GRRRRRR!!!)


adorei essa frase

      Esquina da rua Aurélia com a Bica de Pedra
   
   
   Vejam só o livro que o artista escolheu



a turminha segurando os livros

estão se divertindo muito



    "cordel urbano"










E.. estes estão perto do Jabaquara







   Em Santos


um olho para dois bicos










... a sabedoria começa com a dúvida...